Para quem gosta do Jardim, de literatura e de uns "causos" bem contados, chegou "O Contador de Lorotas" de Miguel Moraes, um livro que aproxima o jardinense daquilo que está se perdendo na sociedade da cultura virtual de hoje: a simplicidade de ouvir histórias, de sentar na calçada para rir um pouco da vida. Eu tive a oportunidade de me deparar com a poesia de Miguel Moraes quando lia "Por uma ética da Estética", livro de Claúdia Leitão, que trata da arte armorial. Até então, não conhecia seu talento para a literatura. Quando Miguel voltou de Recife encantado com Alceu Valença, percebi que era no caminho das letras que ele iria enveredar, afinal de contas quem se encanta com a melodia, já foi tragado pela poesia. O fato de ele ter feito Direito, também contribuiu, já que não existe retórica sem talento para escrever. Eu tive a oportunidade de ler dois capítulos do livro dele antes mesmo de ser publicado. Um dia ele copiou do seu pendrive para o meu computador. À época, acredito que ele nem havia escrito os outros. Além de estarmos valorizando a cultura local, ao lermos "O Contador de Lorotas" estaremos valorizando a leitura convencional. O contato com o cheiro do livro, deformando suas páginas ao folheá-lo, é essencial para gerar leitores de fato. A leitura é um ritual que não se deve abandonar, mesmo em tempos de cibercultura. Precisamos valorizar esses velhos hábitos, abandonar um pouco as "lan-house" e nos presentearmos com um bom livro. O livro saiu pela editora Bagaço de Recife e na Semana Literária estaremos homenageando o escritor e você vai ter a oportunidade de adquirí-lo aqui na escola.
Profª Socorro Coêlho
Nenhum comentário:
Postar um comentário